quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

A MISÉRIA DO MEU SER - Fernando Pessoa


A miséria do meu ser,
Do ser que tenho a viver,
Tornou-se uma coisa vista....
Sou nesta vida um qualquer
Que roda fora da pista.

Ninguém conhece quem sou
Nem eu mesmo me conheço
E, se me conheço, esqueço,
Porque não vivo onde estou.
Rodo, e o meu rodar apresso.
É uma carreira invisível,
Salvo onde caio e sou visto,
Porque cair é sensível
Pelo ruído imprevisto...
Sou assim. Mas isto é crível?
19/08/1933
In “Poesia 1931-1935 e não datada “
Ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine
Assírio & Alvim (2006)

(extraído da página do Facebook,
de António Silva, com a devida
autorização)

4 comentários:

Mari-Pi-R disse...

Unas buenas palabras para reflexionar en esos días, un abrazo.

Elvira Carvalho disse...

Estamos a estudar Fernando Pessoa, e no dia 11 vamos em visita de estudo à casa museu Fernando Pessoa.
Um abraço e bom fim de semana

Cidália Ferreira disse...

LINDOOOOOOOO

Beijinhos

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Cidália Ferreira disse...

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Beijinhos

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