Amar-te é vir de longe, 
descer o rio verde atrás de ti, 
abrir os braços longos desde os sete 
anos sob a latada ao pé do largo, 
guardar o cheiro a figos vistos lá, 
a olho nu, ao pé, ao pé de ti, 
parar a beber água numa fonte, 
um acaso perdido no caminho 
onde os vimes me roçam a memória 
e te anunciam mãos e te perfazem; 
como se o sino à hora de tocar 
já fosse o tempo todo badalado, 
e a tua boca se abrisse atrás do tojo, 
e abaixo dos calções as pernas nuas 
se rasgassem só para o pequeno sangue, 
tal o pequeno preço que me pedes.
Atrás da curva estavas, és, serias, 
nos muros de granito, nas amoras.
Amar-te era lembrança e profecias, 
uma porta já feita para abrir, 
e encontrar o lar ou música lavada 
onde, se nasces, vives, duras, moras 
-meu nome exacto e pão 
no chão das alegrias.
Pedro Tamen / Escrito de Memória
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Poemas
Sólo nos separan unos cuantos poemas,
el resto es imaginario,
como la tierra con la que me tapo la boca para no gritar,
y como la lluvia con la que me lavo el r...
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Marques Irene
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Poemas Muchas Gracias.Ver tradução
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Não sei como dizer-te
Não sei como dizer-te que minha voz te procura e a atenção começa a florir, quando sucede a noite esplêndida e vasta. Não sei o que dizer, quando longamente teus pulsos se enchem de um brilho precioso e estremeces como um pensamento chegado. Quando, iniciado o campo, o centeio imaturo ondula tocado pelo pressentir de um tempo distante, e na terra crescida os homens entoam a vindima - eu não sei como dizer-te que cem ideias, dentro de mim te procuram.
Qua...
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Marques Irene
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